A fé e a religiosidade de Taiaçupeba
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Jornalista e historiador prepara livro-reportagem fotográfico que aborda o patrimônio histórico de Mogi
Filipe AlmeidaPublicado em 20/09/2020 às 13:25Atualizado em 24/10/2020 às 04:31
MEMÓRIA
O jornalista e historiador Dorival Martins Junior reuniu registros antigos de lugares de Mogi das Cruzes e fez um comparativo com fotos atuais. É uma verdadeira viagem no tempo! Essa é a ideia do projeto “Mogi: Do passado ao presente”, um livro-reportagem fotográfico que aborda o patrimônio histórico material da cidade, através do antes e do depois. O mogiano é bisneto de Pedro Thiago Franco Martins, um dos fundadores da Igreja São Sebastião, do distrito de Taiaçupeba, e aos 16 anos, ele criou um blog que tinha como finalidade manter a história do templo. Por conta da pandemia e falta de patrocínio, Dorival ainda não tem data para o lançamento do livro.
OBRA
Ainda falando de livro que retrata Mogi das Cruzes, o editor Daniel Pereira e o fotógrafo Ederson Fungaro (foto) criaram o “Retratos de Mogi”, uma obra que apresenta as coisas boas que a cidade oferece, seja culturalmente, ou as belezas naturais. Ederson foi o curador do trabalho, que reuniu fotos de dez profissionais da região. O lançamento está previsto para este ano
LÍDER
Fabiane Sousa, consultora organizacional e especialista em Liderança e Empreendedorismo, faz parte do projeto socioeducativo “Formadores do Bem”, uma ação beneficente que consiste em levar mais conhecimento e capacitação para os líderes de empresas, além de fazer doação de cestas básicas para famílias e entidades da região
MÚSICA
Ontem, o músico, compositor e produtor artístico Léo Zerrah lançou o clipe da música “Romance Casual”, que faz parte do CD “Tomo Mundo Quer Amar”, trabalho lançado no início de 2020. A produção do vídeo é da Monolito Studios e pode ser conferido no canal da internet de Zerrah.
FONTE: O DIÁRIO DE MOGI
Prefácio do livro: "Mogi: do passado ao presente"
Luci Mendes de Mello Bonini¹
A mim foi dada a difícil tarefa de prefaciar esse livro maravilhoso. Nasci em Mogi das Cruzes, vivo aqui há mais de seis décadas e cada frase, cada foto que aqui passa pelas páginas deste livro, me trazem na memória, belíssimos eventos vividos em Mogi das Cruzes, pessoas queridas que pensam em preservar nossa cultura, nossa memória, nosso patrimônio.
Mogi: do passado ao presente resgata fachadas, ruas estreitas e esquinas que guardam histórias de encontros, de despedidas de amores concretizados ou esquecidos, conversas alegres e tristes, procissões e memórias de um tempo que não volta mais!
Cada um desses casarões abrigou famílias em seus momentos de privacidade e amor, alegrias e tristezas e hoje abrigam pontos comerciais por estarem em pontos centrais da cidade. Prédio viu bailes e filmes, hoje abriga templo religioso, há ainda as capelas e igrejas cujas festas viram milagres da fé e da redenção humana.
Os registros da máquina fotográfica de Dorival Martins Junior se igualam no enquadramento do cenário de décadas anteriores, paisagem urbana sendo modificada pela mão humana ao longo do tempo e da história: Progresso? Cultura?
O livro mostra que muito do patrimônio histórico de Mogi das Cruzes, uma das cidades mais antigas do Brasil, está preservado ou relativamente preservado. Estamos fazendo a lição de casa, pelo menos tentando. Mas nem tudo são flores na memória humana. O progresso e sua saga destrói e elimina belas construções na paisagem urbana. Muita coisa já se perdeu e uns poucos estão em vias de desaparecimento, por isso precisamos de livros como esse, que nos mostra como o tempo, as pessoas e o progresso podem ser danosos à nossa memória, nosso patrimônio e nossa identidade.
Desde 1937, existe o Instituto Patrimônio do Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), uma autarquia responsável pela preservação e divulgação do patrimônio material e imaterial em nível federal. Muito da preservação da memória local passa por ele, mas não é nível federal que se precisa pensar e sim em nível local.
Cada cidade, distrito e bairro precisa ter consciência de suas memórias, os ecos do passado precisam estar presentes para as gerações futuras.
Mogi das Cruzes, desde de 2003 – um tempo muito recente - tem seu Conselho de Patrimônio Histórico Artístico e Paisagístico, o Comphap, de caráter consultivo, esse conselho vem trabalhando muito para preservar os patrimônios históricos. Tudo o que este livro descreve e que está preservado, resulta da luta de todos aqueles que me antecederam, e não foram poucos.
Mais recentemente, a cidade ganhou um arquivo histórico, ainda em vias de funcionamento, aguardando pessoal técnico para poder atender a todos os cidadãos que queiram conhecer um pouco da nossa história: festas, nossa arte sacra, as mais antigas pautas musicais e muitos outros patrimônios que as pessoas não conhecem porque ainda não temos mãos e pernas que possam dar conta de tanto patrimônio a ser catalogado e apresentado ao público.
Mogi ainda engatinha nas políticas culturais para a preservação do patrimônio histórico, mas garanto que a cidade está muito na frente de outras cidades da região e eu diria, até do país.
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¹Dra. em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, docente no Mestrado em Políticas Públicas da Universidade de Mogi das Cruzes, UMC e docente colaboradora do Mestrado em Habitação – Tecnologia e Planejamento do Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP. Presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico Artístico e Paisagístico – COMPHAP, de Mogi das Cruzes, Gestão 2018 – 2020.
Historiador e autor do livro "Mogi: do passado ao presente" fala sobre o antes e depois de Mogi das Cruzes no programa Compartilha, da TV Diário
Confira abaixo a entrevista:
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| Assista clicando na imagem |
"Foi transpondo a serra do mar, que Braz Cubas teu solo pisou, e nos deu a razão de amar esta terra que ele fundou"
(Hino de Mogi das Cruzes)
Em 1560, data atribuída a passagem de Braz Cubas pelas terras onde hoje se instala a região do Alto Tietê, é a data tida como o início do povoamento dessa região. Braz Cubas teria adentrado as matas do atual território mogiano, às margens do Rio Anhembi, hoje Tietê, à procura de ouro. Porém, apenas com a chegada de Gaspar Vaz, no início do século XVII, abrindo caminho pela região, é que, de fato, o povoamento se iniciava. Aos 22 de setembro de 1608, Gaspar Vaz obtém uma sesmaria em Mogi das Cruzes. Assim, no ano de 1611, na célebre data de 1º de Setembro, a Villa de Sant'Anna de Mogy Mirim é fundada.
Nesta história que atravessam quatro séculos, a cidade de Mogi das Cruzes marca, não apenas a história da região, mas acompanha a história do Brasil. No século XIX, no ano de 1822, acolheu por uma noite o Príncipe Regente, Dom Pedro, que em alguns dias depois, passara novamente pela cidade como Dom Pedro I, Imperador do Brasil.
Desmembrada em diversas cidades que compõe o Alto Tietê, originalmente a Vila de Santana ia da Capital Paulista ao Vale do Paraíba. Mogi das Cruzes é a cidade mãe da sua região, sendo os municípios que se desmembraram: Santa Isabel (1832), Salesópolis (1857, sendo elevada a categoria de Vila a Freguesia de São José do Paraitinga), Guararema (1898), Arujá (transferido como distrito para a cidade de Santa Isabel, em 1938), Suzano (1948), Poá (1948), Ferraz de Vasconcelos (1953, desmembra-se da cidade de Poá), Itaquaquecetuba (1953), Biritiba-Mirim (1964).
Mogi das Cruzes cresceu e se desenvolveu ao longo destes 400 anos. Sendo palco de grandes marcos em sua história, como a migração japonesa no início do século XX e a participação na revolução de 32. A cidade marcou presença na história mundial, quando, por ocasião da II grande guerra enviou diversos mogianos à Itália. Estes bravos homens que combateram o nazi-fascismo retornaram a sua terra como verdadeiros heróis desta cidade.
Mogi das Cruzes em sua história de mais de quatro séculos, com uma rica cultura miscigenada, um solo fértil para o plantio e uma industria em potencial desenvolvimento, desperta um sentimento de orgulho de ser mogiano.
Viva a Mogi das Cruzes! Viva seus 460 anos! Parabéns a todos nós, mogianos, por essa efeméride.
Viva a Mogi das Cruzes! Viva seus 460 anos! Parabéns a todos nós, mogianos, por essa efeméride.
Dorival Martins Jr.
CONHEÇA MOGI: DO PASSADO AO PRESENTE!
Agradecimentos do livro-reportagem fotográfico:
"Mogi: do passado ao presente"
Agradeço, primeiramente, ao Pai Celestial, sem o qual nada seria possível.
Agradeço a todos que de alguma forma colaboraram para a produção deste livro.
Em especial, minha orientadora e braço direito neste projeto, professora Ms. Simone Leone, que abraçou este projeto de corpo e alma;
Meus amigos, João de Souza Mello Camargo e Luiz Miguel Franco Baida, por me apoiarem e me auxiliarem na produção do conteúdo deste livro;
Meus pais, Fernanda Berbel Martins e Dorival de Lima Martins, pelo apoio nesta produção, por sempre estarem ao meu lado, por me auxilar, e me impedir de desistir dos meus sonhos;
Meus grandes amigos os historiadores Antonio Sérgio Damy e Ângelo Nanny, que me incentivaram a seguir este caminho;
Minha professora de história, Maria Ângela Barzan; e minha diretora Rosa Maria Dovadoni
Minha inspiração, Rafaela Souza Viana, que me ensinou a não desistir dos meus sonhos;
Minha tia, Ana Lúcia Marques Berbel, que me incentivou a registrar a história do meu bairro;
E a tantos outros que me ajudaram com este projeto, me apoiando, me incentivando, me auxiliando na produção ou colaborando com este livro: Professora Dra. Luci Bonini; professor Glauco Riccieli; Auro Malaquias; professor Josemir Ferraz Campos; minha irmã, Dulce Maria Berbel Martins; professor Paulo Pinhal; Michael Meyson; Lucas Elias; Pedro Gandolla; Robson Shimizu; meus grandes amigos do canal Friends Group Entertainment; e tantos outros que de modo direto ou indireto colaboraram para que este projeto se tornasse real.
Por fim, meus agradecimentos a você, leitor.
Dorival Martins Jr.
Dedicatória do livro-reportagem fotográfico:
"Mogi: do passado ao presente"
Dedico este livro:
Ao meu bisavô, benfeitor da Igreja de São Sebastião (Taiaçupeba), Pedro Thiago Franco Martins;
Ao meus antepassados, João Ramalho, Índio Tibiriçá, Gaspar Vaz, Salvador Leite Ferraz, que fizeram parte da história nacional.
Ao historiador Isaac Grinberg, pelo carinho e amor pela história de Mogi das Cruzes, por despertar, com sua obra, minha paixão e orgulho de ser mogiano;
Ao artista sacro, o humilde caboclo José Benedicto da Cruz, JBC; que sua obra seja sempre lembrada;
À minha família, meus pais, meus irmãos e meus amigos que me apoiam e me incentivam a seguir meus sonhos;
A todos os mogianos do passado, que trabalharam e foram parte da história de Mogi das Cruzes;
Por fim, a todos os mogianos do presente; que este livro possa servir a vocês e aos mogianos do futuro.
Dorival Martins Jr.
